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O luto é uma experiência universal, mas profundamente pessoal. Diante da perda de um ente querido, um relacionamento, um emprego ou até mesmo de um projeto importante, cada pessoa vive um processo único de dor e adaptação. A psiquiatra Elisabeth Kubler-Ross mapeou esse caminho complexo em 5 fases do luto, um modelo que ajuda a entender as emoções que surgem durante a jornada de enfrentamento da perda.

Neste artigo, exploraremos cada uma dessas fases e como elas podem se manifestar, especialmente para brasileiros expatriados que enfrentam perdas em um contexto cultural distante de sua rede de apoio.

As 5 Fases do Luto (Kubler-Ross)

É importante ressaltar que as fases não são lineares e podem ocorrer em ordens diferentes ou se sobrepor. O modelo serve como um guia, não como uma regra rígida.

1. Negação

  • O que acontece: A pessoa recusa-se a aceitar a realidade da perda. Frases como “Isso não está acontecendo” ou “Deve haver um erro” são comuns.
  • Função emocional: A negação atua como um mecanismo de defesa temporário, dando tempo para processar a dor gradualmente.
  • Exemplo: Um expatriado que perde um familiar no Brasil pode evitar contato com notícias ou conversas sobre o assunto.

2. Raiva

  • O que acontece: A frustração e a revolta dominam. Perguntas como “Por que comigo?” ou “Isso é injusto!” refletem a busca por um “culpado” para a dor.
  • Função emocional: A raiva direciona a dor para fora, evitando o colapso interno.
  • Exemplo: Irritação com amigos, familiares ou até mesmo com a cultura local, como forma de externalizar a angústia.

3. Barganha

  • O que acontece: A pessoa tenta negociar com a realidade, muitas vezes buscando “acordos” (consigo mesma, com a espiritualidade ou com outras pessoas) para reverter a perda.
  • Função emocional: A barganha traz uma ilusão de controle temporário.
  • Exemplo: Pensamentos como “Se eu tivesse feito algo diferente, isso não teria acontecido” ou promessas religiosas em troca de um milagre.

4. Depressão

  • O que acontece: A tristeza profunda se instala. A pessoa pode se isolar, perder interesse em atividades cotidianas e enfrentar sintomas como insônia ou falta de apetite.
  • Função emocional: É a fase de reconhecer a magnitude da perda, preparando o terreno para a aceitação.
  • Exemplo: Um expatriado que evita eventos sociais e sente dificuldade de se conectar com sua nova vida no exterior.

5. Aceitação

  • O que acontece: A pessoa começa a integrar a perda à sua história, encontrando formas de seguir em frente sem negar a dor.
  • Função emocional: A aceitação não significa “superar” a perda, mas aprender a conviver com ela.
  • Exemplo: Retomar hobbies, criar novos projetos ou honrar a memória de quem se foi através de ações significativas.

Mitos Sobre as Fases do Luto

  • “Cada fase dura X tempo.”
    Não há prazo fixo. O processo varia conforme a personalidade, cultura e tipo de perda.
  • “Se você não passar por todas, está fazendo errado.”
    Algumas pessoas podem vivenciar apenas algumas fases ou retornar a etapas anteriores.
  • “Aceitação é felicidade.”
    Aceitar é encontrar paz com a realidade, mesmo que a tristeza ainda exista.

Como Lidar com o Luto no Exterior

Para brasileiros expatriados, o luto pode ser ainda mais desafiador devido à distância geográfica e cultural. Algumas estratégias ajudam:

  • Permita-se sentir: Não reprima emoções para “não incomodar” os outros.
  • Conecte-se com sua cultura: Rituais de luto, como velórios simbólicos ou orações, podem trazer conforto.
  • Busque apoio profissional: Psicólogos especializados em luto e expatriação oferecem um espaço seguro para processar a dor.

Conclusão

As 5 fases do luto de Kubler-Ross nos lembram que a dor da perda é um processo natural e necessário. Não existe “jeito certo” de viver o luto, mas compreender essas etapas pode trazer clareza e autocompaixão durante a jornada.

Se você está enfrentando uma perda, lembre-se de que buscar ajuda não é sinal de fraqueza, mas um passo corajoso em direção à cura.

FAQs

1. Quanto tempo dura o luto?
Não há um prazo universal. Algumas pessoas levam meses, outras anos. Respeite seu próprio ritmo.

2. É normal sentir raiva de quem faleceu?
Sim. Emoções contraditórias são comuns no luto e não significam falta de amor.

3. Como apoiar alguém em luto?
Esteja presente, ouça sem julgamentos e evite frases como “Já está na hora de seguir em frente”.

4. A terapia online ajuda no luto?
Sim. A terapia oferece ferramentas para processar a perda, mesmo à distância.

Redação Deanne de Freitas

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